A Adobe (NASDAQ: ADBE), empresa de criação de conteúdo famosa por seus produtos Photoshop e Acrobat, está investindo pesado em inteligência artificial.
Até agora, o mercado de ações não está dando o devido valor a isso. As ações caíram 36% nos últimos 12 meses, apesar dos lucros animadores. As vendas dispararam 11%, chegando a US$ 5,87 bilhões no segundo trimestre fiscal encerrado em 30 de maio, superando a previsão média dos analistas de US$ 5,8 bilhões. O lucro ajustado foi de US$ 5,06 por ação, superando com facilidade a previsão dos analistas de US$ 4,98.
As previsões de lucro e vendas para o restante do ano também superaram as projeções dos analistas. A Adobe informou uma receita anual recorrente de US$ 125 milhões no primeiro trimestre fiscal com funções de IA autônomas e em extensões. A empresa prevê que esse número dobrará até o fim do ano.
O coração da oferta de IA da Adobe é o Firefly, uma família de modelos de IA generativa que pode ser utilizada em aplicações do Creative Cloud como Photoshop, Illustrator e Premiere Pro. O Firefly permite que os usuários criem imagens, vídeos, áudio e gráficos vetoriais a partir de comandos de texto, além de editar um conteúdo existente usando IA generativa.
Além disso, o Adobe Acrobat e o Acrobat Reader possuem um Assistente de IA que analisa PDFs, responde a perguntas e gera resumos. Em fevereiro, a Adobe lançou assinaturas separadas para seu gerador de vídeo com IA competindo com a OpenAI e a Runway, que têm ferramentas semelhantes.
Monetização vagarosa
Alguns analistas dizem que a monetização da IA pela Adobe é muito lenta. A empresa enfrenta uma intensa concorrência no espaço de criação de conteúdo com IA. Startups de IA como Stability AI e Midjourney são players poderosos. Além disso, há concorrentes que utilizam modelos avançados de IA, como os do Google e da OpenAI, em plataformas semelhantes à Adobe.
O desenvolvimento de ferramentas de IA está diminuindo as barreiras de entrada para empresas que desejam desafiar a Adobe. Por isso, permanece em aberto até que ponto a Adobe pode se beneficiar da IA, e os números do segundo trimestre parecem ser desanimadores.
Habilidade em IA vista como subestimada
Mas outros especialistas dizem que a Adobe não recebeu um voto de confiança por oferecer IA em todos os seus produtos. A Adobe conectou ferramentas de IA generativa em suas soluções, incluindo o Photoshop. Os otimistas afirmam que os pessimistas não compreendem a tecnologia da Adobe.
Enquanto isso, os críticos da Adobe citam a explosiva oferta pública inicial da concorrente Figma na semana passada. Ela agora tem uma capitalização de mercado de US$ 59 bilhões, quase três vezes os US$ 20 bilhões que a Adobe havia acordado pagar pela Figma três anos atrás. A oposição dos reguladores europeus cancelou o acordo.
Mas alguns analistas dizem que uma Figma forte não significa problemas para a Adobe. Eles argumentam que há espaço para dois players prósperos nesse mercado em expansão em que são concorrentes.
A Adobe provou sua força no que diz respeito à criação de conteúdo. E está em uma boa posição para se beneficiar do crescimento dessa criação e da capacidade da empresa de incorporar IA, dizem os otimistas.
Num olhar mais amplo, especialistas estão debatendo o quanto as empresas em todos os setores da economia se beneficiarão da IA, e esse debate está aquecido em relação à Adobe.
Comentários