Yeti foca no crescimento das vendas no exterior

Conhecida por seus populares copos de aço inoxidável, a Yeti Holdings (NYSE: YETI) está apostando nos bons números das vendas internacionais para continuar o crescimento da empresa.
A fabricante de coolers e recipientes térmicos sediada em Austin, no estado do Texas, viu suas ações subirem 34% nos últimos três meses, à medida que as vendas no exterior também aumentaram.
A Yeti informou que seus mercados internacionais geraram crescimento de receita de dois dígitos, especialmente na Austrália e Europa durante o primeiro trimestre. Suas vendas internacionais subiram 22%, enquanto as vendas nos EUA caíram 2%, com a redução de gastos dos consumidores.
A empresa faz algumas de suas vendas diretamente aos consumidores, uma estratégia que continua popular para criar engajamento da marca e aumento das vendas. A receita na divisão de vendas diretas ao consumidor aumentou 4%, impulsionada pelo segmento de coolers e equipamentos. As vendas gerais deste segmento cresceram 17%, devido ao crescimento tanto nos EUA quanto na área internacional. Isso foi “impulsionado pelo forte desempenho nas bolsas e coolers rígidos”, disse a empresa.
O crescimento de plataformas de mídia social como o TikTok incentivou os consumidores a fazerem mais compras, motivando-os a adquirir os produtos mais atuais e populares. Os fãs da empresa também estão dando um grande impulso às vendas da bolsa tote Camino, da Yeti, no TikTok.
Os fãs elegeram as bolsas como “a bolsa de praia do verão” e estão postando vídeos de como decoraram suas bolsas Yeti com laços e lenços. A mais barata começa em US$ 130, enquanto a bolsa de tamanho médio custa US$ 150. A maior vai lhe custar cerca de US$ 200. Apesar do preço salgado, entre US$ 200 e US$ 220, mais de meia dúzia de cores estão esgotadas no site.
A popularidade das suas bolsas, que estão esgotadas em todos os tamanhos dependendo da cor ou estampa, “provavelmente” impulsionou as ações da empresa, que aumentaram mais de 12% nos últimos cinco dias de negociação, disse o analista da Jefferies, Randal Konik, à MarketWatch.
A popularidade das bolsas gerou o “momento viral” da Yeti, que é exatamente o que a administração buscava (mesmo que de forma não intencional), segundo ele.
“Esse é o sinal mais recente de que os novos produtos estão sendo bem recebidos pelos consumidores e gerando demanda”, escreveu Konik em uma nota de pesquisa.
Embora a maioria dos fãs da Yeti conheça a empresa por vender garrafas caras de água e coolers caríssimos, a companhia fez um movimento estratégico em 2024 ao contratar Layne Rigney como chefe de produtos têxteis. Rigney é veterano em marcas de consumo e atuou como CEO da Osprey Packs, que vende mochilas e outros tipos de bolsas, além de ter sido presidente da CamelBak, especializada em mochilas para trilhas e garrafas de água para entusiastas de atividades ao ar livre.
A administração da Yeti está focando na venda de bolsas, tornando-as um “pilar essencial do crescimento”, escreveu ele.
“Esse sucesso é mais uma prova da capacidade (da Yeti) de promover inovação e expandir seu portfólio de produtos fora da sua essência, que sustentam mais crescimento no futuro”, acrescentou Konik na nota de pesquisa.
A marca e o marketing da Yeti sempre foram altamente bem-sucedidos, mesmo antes dos concorrentes, como os copos térmicos da Stanley (com suas grandes alças e canudo), viralizarem no TikTok, gerando bilhões de visualizações e vendas dos consumidores que nunca tinham ouvido falar da empresa.
Mas esse fenômeno levanta uma questão: campistas, trilheiros e fãs da natureza realmente conseguiram transformar a ideia de estar ao ar livre em algo empolgante ou descolado ou se os moradores das cidades só querem participar disso gastando de US$ 200 a US$ 800 por um desses coolers somente para churrascos de fim de semana e viagens de carro.
O sucesso da empresa nos EUA com seus produtos parece estar se traduzindo no exterior, especialmente no Canadá e na Austrália, mas também na Europa e na Ásia (os novos mercados mirados pela Yeti), escreveu Konik. O foco mais recente para o crescimento das vendas da empresa são o Reino Unido, a Alemanha e o Japão.
O crescimento internacional da empresa não é novidade — ele foi de 27% no quarto trimestre e de 31% no ano inteiro de 2024.
Os custos decorrentes das tarifas afetaram os lucros da empresa, mas o CEO Matt Reintjes disse que a Yeti está “diversificando agressivamente sua cadeia de suprimentos para fora da China”.
A Yeti pretende ter uma “dependência limitada” de bens oriundos da China de “menos de 5%” para o mercado dos EUA, afirmou ele. Mas Reintjes não deu um cronograma de quando essa redução nos materiais irá ocorrer. O caixa disponível da Yeti aumentou para US$ 259 milhões, contra US$ 173,9 milhões. A empresa divulgará seus resultados do segundo trimestre em 7 de agosto.
As ações da Yeti têm passado por volatilidades no passado devido a problemas na cadeia de suprimentos e pressões inflacionárias. Resta saber se o preço atual das ações, de US$ 37,83, pode melhorar.