A produtora de madeira Weyerhaeuser (NYSE: WY) pode se beneficiar da necessidade dos Estados Unidos por moradias mais acessíveis.
A empresa de madeira continuou sua estratégia de aquisições ao investir US$ 459 milhões em áreas florestais em Washington, Carolina do Norte e Virgínia durante o terceiro trimestre.
A Weyerhaeuser não apenas detém a maior quantidade de terras florestais privadas da América do Norte. A empresa também possui e opera 33 fábricas para produzir diversos produtos de madeira, incluindo aqueles usados na construção de casas. Mas os preços da madeira caíram à medida que a demanda diminuiu, já que os consumidores estão à espera de taxas de juros e hipotecas mais baixas antes de comprar uma casa ou fazer reformas.
A empresa registrou lucro líquido de US$ 80 milhões no terceiro trimestre, sobre vendas líquidas de US$ 1,7 bilhão, comparado a US$ 28 milhões de lucro líquido sobre o mesmo volume de vendas no mesmo período do ano anterior.
A Weyerhaeuser também gerou receita com a venda de sua serraria Princeton, na Colúmbia Britânica, por US$ 85 milhões, e avançou em três pacotes de desinvestimento de áreas florestais não essenciais (dois deles concluídos ou sob contrato no início de outubro) totalizando US$ 410 milhões em caixa esperado até o fim de 2025. A empresa prevê que o terceiro desinvestimento seja concluído no início de 2026, com o total arrecadado superando o valor desembolsado em suas aquisições recentes.
O JPMorgan reduziu levemente seu preço-alvo para a ação, de US$ 28 para US$ 27, mas manteve a recomendação “acima da média”.
Os EUA precisam de mais moradias
A demanda futura por habitação deve impulsionar a receita da Weyerhaeuser, especialmente entre consumidores que buscam comprar casas novas. Muitos compradores potenciais têm adiado a compra devido às taxas hipotecárias mais elevadas.
A queda na construção de moradias levou a uma forte redução no preço da madeira, que caiu 20% em 2025, para cerca de US$ 550 por 1.000 pés-tábua. As ações, atualmente em torno de US$ 21,50, perderam metade do valor desde o pico em 2022 e voltaram aos níveis do fim dos anos 1990.
A pressão sobre os preços da madeira afetou as perspectivas das ações da Weyerhaeuser. O papel caiu 20% no acumulado do ano, mas a queda diminuiu para 1,8% no último mês.
A demanda reprimida tanto de compradores iniciantes quanto de proprietários que desejam casas maiores deve beneficiar a Weyerhaeuser, já que seus produtos são usados na construção. Proprietários também têm adiado reformas, mas essa tendência pode mudar em breve, já que as taxas de juros caíram este ano. O Federal Reserve reduziu os juros duas vezes em 2025 e pode fazer novos cortes.
Construtoras devem acelerar os projetos para atender ao acúmulo de demanda quando a inflação cair, a economia parecer mais forte e os consumidores se sentirem mais confiantes sobre seus empregos e o custo de itens essenciais. Os preços da madeira normalmente sobem quando a demanda aumenta, o que tende a fortalecer a confiança nas ações da empresa.
O setor tem potencial futuro. Buck Horne, analista da Raymond James, afirmou estar otimista com a indústria devido aos descontos históricos de avaliação.
Fundada em 1900, a empresa possui ou opera cerca de 10,4 milhões de acres de florestas nos EUA e administra ainda mais áreas no Canadá.
A Weyerhaeuser também se adaptou ao ritmo mais lento da economia e fez cortes operacionais para reduzir despesas.
O CEO Devin Stockfish afirmou que o foco da empresa tem sido “alinhar nossa estratégia com a periodicidade do negócio. Como resultado, a Weyerhaeuser é hoje uma empresa muito mais forte do que em qualquer momento recente”, disse ele na teleconferência do terceiro trimestre.
O analista Matthew McKellar, do RBC Capital Markets, continua otimista com a empresa, atribuindo um preço-alvo próximo de US$ 39 por ação e afirmando que vê uma “relação risco/retorno levemente positiva” para o evento do dia do investidor da Weyerhaeuser, em 11 de dezembro.
Com 125 anos, a Weyerhaeuser planeja o futuro plantando 100 milhões de novas árvores por ano e cortando apenas 2% de suas florestas anualmente.
Os consumidores estão observando de fora, aguardando para trocar pisos, reformar banheiros antigos e instalar novos eletrodomésticos. Quando os mercados de reforma e construção retornarem aos níveis anteriores, os preços da madeira devem subir novamente, podendo alcançar os US$ 1.000 por 1.000 pés-tábua, como ocorreu em 2021 e 2022. Investidores pacientes provavelmente se beneficiarão quando os preços da madeira voltarem a ultrapassar esse patamar.
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