Walmart (NYSE: WMT) e Home Depot (NYSE: HD) divergem em suas respostas às tarifas

Esta é uma história de duas empresas: o Walmart (NYSE: WMT) anunciou que as tarifas dos EUA vão lhe forçar a aumentar os preços, enquanto a Home Depot (NYSE: HD) afirmou que não vão aumentar.
Dominick Reuter, do Business Insider, oferece uma clara explicação para as reações divergentes das duas empresas às tarifas.
Primeiro, a Home Depot tem margens de lucro mais altas do que o Walmart, o que facilita para que a varejista de materiais de construção absorva os custos das sanções. No primeiro trimestre, a Home Depot registrou uma margem bruta de 33%, comparada a 24% do Walmart.
Segundo, a Home Depot parece depender menos da China do que o Walmart. Mesmo após uma recente redução, os EUA ainda impõem uma tarifa de 30% sobre produtos chineses, um valor maior do que o de qualquer outro parceiro comercial importante.
Os dados mais recentes mostram que, entre janeiro e agosto de 2023, o Walmart obteve 60% de suas importações da China. Embora a empresa já estivesse se afastando do país naquele período e tenha focado particularmente na Índia, a dependência da China continuará a ser significativa. Enquanto isso, a Home Depot afirma que, dentro de um ano, nenhuma empresa representará mais de 10% de suas importações.
Poder de negociação com fornecedores
Além disso, a Home Depot provavelmente tem mais poder de negociação com seus fornecedores para que eles absorvam parte dos custos das tarifas, observa Reuter. Isso ocorre porque, diferentemente do Walmart, a Home Depot tem parcerias exclusivas com algumas marcas, como a Milwaukee Tool, o que faz com que seus produtos não sejam vendidos em outras lojas.
Essas marcas têm incentivo para manter seus preços baixos, evitando que os consumidores migrem para marcas alternativas concorrentes em outros varejistas. Já o Walmart vende muitas das mesmas marcas que seus concorrentes, o que reduz o incentivo desses fornecedores para oferecer preços melhores ao Walmart do que a Target (NYSE: TGT), por exemplo.
Além disso, há os alimentos—que representam 60% das vendas do Walmart. Com os consumidores irritados com a inflação dos preços dos alimentos, há pouco espaço para o gigante varejista aumentar os preços nesse segmento e no de bebidas. Assim, só resta ao Walmart procurar outras categorias de produtos em que possa elevar os preços. A Home Depot tem mais flexibilidade para repassar custos, ajustar preços ou até retirar produtos de seu portfólio, explica Reuter.
Outras empresas estão fazendo o mesmo
O Walmart não é a única varejista que anunciou aumento de preços. Outras empresas, como Best Buy (NYSE: BBY), AutoZone (NYSE: AZO), Hermès (CBOE: RMS) e Nintendo, também estão adotando a mesma estratégia.
Consultores financeiros costumam dizer que não há regras universais para a alocação de ativos—tudo depende do apetite do investidor por risco e retorno. O mesmo vale para as empresas dos EUA e suas respostas às tarifas comerciais. Cada empresa segue sua própria lógica ao decidir se aumentará ou não os preços por causa das tarifas.
Esse cálculo deve incluir a capacidade de manter lucros suficientes sem aumentar preços, bem como a disposição dos clientes em aceitar reajustes, caso eles ocorram.
Não há uma solução universal que se aplique a todos os casos.