O ilustre passado da Walgreens (NYSE: WBA) declina para uma aquisição de capital privado

A Walgreens Boots Alliance (NYSE: WBA), que começou como apenas Walgreens em 1901, já foi uma empresa americana emblemática. Com milhares de unidades, oferecia uma farmácia nos fundos e produtos básicos de consumo na frente de suas lojas.
Mas a Walgreens entrou em declínio no decorrer da última década, devido a mudanças fundamentais nas indústrias farmacêutica e de varejo e a decisões ruins da administração.
As ações da empresa despencaram 87% durante esse período. E agora, a outrora poderosa empresa se encontra em dificuldades e concordou com uma aquisição alavancada de US$ 10 bilhões pela empresa de capital privado Sycamore Partners. Isso é menos de 10% de seu valor de mercado há 10 anos.
Então, o que aconteceu? Na área farmacêutica, as empresas de gestão de benefícios farmacêuticos (PBM) assumiram o controle, nos últimos 30 anos, das negociações de preços de medicamentos entre seguradoras, farmácias e fabricantes de medicamentos.
Isso pode prejudicar farmácias como as da Walgreens, porque as PBM geralmente estabelecem taxas de reembolso baixas nos pagamentos que as farmácias recebem das seguradoras. E as farmácias não podem mais negociar preços de medicamentos diretamente com os fabricantes para obter condições mais favoráveis.
A principal concorrente da Walgreens, a CVS Health (NYSE: CVS), respondeu à ascensão das PBM comprando uma delas – a Caremark em 2007. A Walgreens permaneceu inerte até 2013, quando a empresa iniciou uma parceria com a empresa de gestão de benefícios farmacêuticos AmerisourceBergen, agora Cencora (NYSE: COR).
Na área do varejo, a empresa foi atingida quando os consumidores recorreram à internet para fazer compras. Eles não precisavam visitar as lojas Walgreens, pois podiam comprar produtos básicos a preços muito baixos na Amazon.
Erros de gestão na Walgreens
Também houve má gestão. A Walgreens comprou a Boots Alliance, uma rede de drogarias do Reino Unido, por US$ 10 bilhões em 2012. Mas essa aquisição, e a de milhares de lojas da Rite Aid, só tornaram a Walgreens maior, não melhor.
Em 2013, a empresa concordou em abrir dezenas de clínicas de exames de sangue em suas farmácias. As 41 clínicas que abriram usavam testes da Theranos, liderada por Elizabeth Holmes. A empresa acabou sendo uma fraude, e Holmes agora está na prisão.
A Walgreens investiu US$ 1 bilhão na VillageMD em 2020, colocando suas clínicas de atenção primária à saúde nas lojas da Walgreens. Mas essa medida também não ajudou, pois as clínicas não atraíram muitos pacientes.
E nesse contexto, como fica a principal rival da Walgreens, a CVS? Ela parece ter respondido mais rapidamente às mudanças no negócio de farmácias do que a Walgreens. Além da Caremark, comprou a seguradora Aetna em 2018 e a prestadora de serviços de saúde Oak Street em 2023.
“As franquias de farmácia de varejo de primeira linha, seguradora de saúde e PBM [empresas de gestão de benefícios farmacêuticos] da CVS criam o potencial de melhorar os resultados na saúde e até mesmo reduzir a curva de custos de saúde para seus clientes”, escreveu a analista da Morningstar, Julie Utterback.
A empresa gera lucros praticamente iguais de seus três principais segmentos: seguros, empresas de gestão de benefícios farmacêuticos e farmácia de varejo. E a compra da Oak Street também pode fazer a diferença, dizem os analistas.
Então, enquanto a Walgreens é uma empresa do passado, a CVS parece ter perspectivas sólidas para o futuro.