Spotify (NYSE: SPOT) continua acertando em cheio

Com uma rentabilidade de quase 143% em 2024, era razoável questionar se as ações do Spotify (NYSE: SPOT) conseguiriam continuar subindo. A empresa não obedece a mesma economia de escala de uma plataforma tecnológica típica, pois o crescimento de usuários—um indicador-chave de desempenho que os analistas adoram observar—resulta em pagamentos de royalties maiores às gravadoras, o que pode diminuir os lucros.
O Spotify, por exemplo, pagou um valor recorde de US$10 bilhões em royalties no ano passado, mais de 60% de sua receita total. Isso significa que a empresa precisa buscar lucro nas margens, e é exatamente isso que ela tem feito, aproveitando um crescimento nos podcasts em vídeo e focando em ofertas premium. A recompensa tem sido recordes no crescimento de usuários ativos mensais, aumento de assinantes, receita, margem bruta e o fluxo de caixa livre no último trimestre, além do primeiro ano completo de lucratividade.
“É o resultado de inúmeros refinamentos e melhorias que fizemos nos últimos dois anos,” disse o fundador e CEO Daniel Ek em uma teleconferência de resultados no mês passado. “É esse compromisso permanente de melhoria contínua que, a longo prazo, se soma a algo grandioso, mesmo que o momento exato seja difícil de prever.” Estratégias de redução de custos, incluindo demissões e redução de despesas com marketing, também parecem ter ajudado, mesmo a empresa reconhecendo que isso trouxe alguns transtornos ao dia a dia das operações.
Os investidores têm gostado do que estão vendo, as ações subiram 31% até agora, em 2025, superando drasticamente o mercado mais amplo, o S&P 500 caiu 2,7% no mesmo período. Ek disse que 2024 foi um ano marcado pela monetização, já 2025 será definido por uma “implementação acelerada” de esforços para atrair usuários para as assinaturas mais caras, com recursos avançados como áudio de alta qualidade e experiências diferenciadas para os super fãs.
O CEO afirmou que a maior parte dos lucros continuará vindo de mercados desenvolvidos no curto e médio prazo, embora tenha destacado a América Latina como um grande mercado que “pode ser um impulsionador relevante para a receita e a lucratividade tanto da empresa quanto da indústria musical como um todo”. Enquanto isso, os avanços em IA estão ajudando a empresa a controlar custos e aprimorar recomendações para aumentar engajamento.
“Também estamos também nos dedicando totalmente ao nosso núcleo e investindo em mais experiências musicais na plataforma,” continuou Ek. ” Estamos confiantes de que podemos acelerar muito o ritmo.”
Embora muitos dos novos recursos que serão implementados pareçam otimizados para ajudar a aumentar a receita da grande base de 675 milhões de usuários ativos mensais do Spotify, os investidores podem encontrar os sinais mais promissores analisando o balanço patrimonial. A empresa conseguiu que seus custos caíssem quase quatro pontos percentuais no ano passado e também conseguiu aumentar os preços sem aumentar substancialmente a rotatividade de usuários. Com o acúmulo dessa melhoria contínua, o Spotify pode continuar acertando em cheio.