Sherwin-Williams (NYSE: SHW) está querendo brilhar, apesar da queda no setor imobiliário

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Uma retração do setor imobiliário geralmente não ajuda as empresas de tintas. Isso porque há menos pessoas comprando casas que poderiam querer pintar, e os proprietários atuais podem não se entusiasmar em fazer novos trabalhos de pintura.

Mas esse não tem sido o caso da Sherwin-Williams (NYSE: SHW) durante a atual desaceleração do setor imobiliário. Fundada em 1866, ela é a maior empresa de tintas e revestimentos do mundo em receita. Possui mais de 5.000 lojas próprias.

As ações da empresa subiram 9,5% no decorrer do último ano, ligeiramente acima dos 9,3% do índice S&P 500. (Vale notar que as ações da Sherwin-Williams caíram 7% na semana passada após um rebaixamento de classificação feito pelo Citigroup.)

Quanto aos pontos fortes da empresa, o primeiro destaque é a tinta de alta qualidade, o que explica por que ela está no mercado há quase 160 anos.

“Marca mais confiável”

“Sherwin-Williams é uma das marcas mais confiáveis na indústria de tintas residenciais, produzindo produtos de alta qualidade vendidos a preços premium”, escreveu o analista da Morningstar, Spencer Liberman.

“A sua tinta é bem conhecida no setor por possuir características desejáveis, incluindo cobertura (menos demãos necessárias), durabilidade (dura mais tempo), tempo de cura (menos tempo de espera) e facilidade de aplicação.” Tempo de cura é o período necessário para que a tinta endureça completamente, e não apenas seque.

A onipresença das lojas da Sherwin-Williams faz com que seja conveniente para pintores profissionais realizarem negócios lá. A empresa abriu 95 novas lojas no ano passado. Para os adeptos do “faça você mesmo”, a empresa também vende suas tintas em um acordo exclusivo com a Lowe’s (NYSE: LOW) e na Menards, a terceira maior rede focada em melhorias para o lar dos EUA.

No que diz respeito aos pintores profissionais, a Sherwin-Williams se beneficia do fato de que esses profissionais se preocupam mais com qualidade, facilidade de uso e disponibilidade do que com o custo da tinta, segundo Liberman. Isso porque a mão de obra representa de 80% a 90% dos seus custos, e os materiais apenas de 10% a 20%. Então, eles estão dispostos a pagar mais pela Sherwin.

Pequeno impacto das tarifas

As tarifas também tem pouco impacto na empresa. “Aproximadamente 80% da nossa receita consolidada é nos EUA, com menos de 2% na China,” disse a CEO da Sherwin, Heidi Petz, na teleconferência de resultados de abril da empresa.

“Além disso, a grande maioria de nossas matérias-primas é adquirida na região onde estivermos fabricando. Sempre que há uma interrupção, há uma oportunidade única de demonstrarmos o que torna a Sherwin-Williams tão única.”

Portanto, a Sherwin-Williams, parece estar em uma situação favorável agora. “Mesmo com o mercado final ainda fragilizado, a empresa tem mostrado capacidade de proteger suas margens e aumentar sua participação de mercado,” disse Joseph Ghio, analista da Williams Jones Wealth Management, à Barron’s.

Mas vale lembrar que a empresa não está totalmente imune à crise do setor imobiliário. As vendas caíram 1,1% no primeiro trimestre em relação ao ano anterior. Não há garantia de que a Sherwin terá bom desempenho ou que suas ações subirão.