Ralph Lauren continua sendo destaque no setor de luxo

Ellen Chang Analista de Notícias do Mercado

Apesar de ter aumentado os preços de suas roupas, a varejista de luxo Ralph Lauren (NYSE: RL) manteve sua popularidade entre os consumidores que buscam um estilo específico.

Um dos motivos pelos quais a empresa conseguiu manter sua legião de fãs satisfeita pode ser o fato de que ela se manteve fiel à sua essência, evitando tendências de moda que muitas vezes acabaram sendo passageiras.

As vendas da Ralph Lauren aumentaram 14%, totalizando US$ 1,72 bilhão no primeiro trimestre encerrado em junho, em comparação com o ano anterior, superando as estimativas de Wall Street de US$ 1,66 bilhão.

Os acionistas também se beneficiaram, já que a empresa anunciou um lucro ajustado por ação de US$ 3,77, superando a estimativa de US$ 3,51 feita por analistas, segundo a FactSet.

A empresa de roupas, acessórios, artigos para o lar e fragrâncias acredita que as vendas continuarão na trajetória atual. Ela elevou sua projeção para 2025 e aumentou a previsão para o exercício fiscal de 2026 para uma faixa de “baixo a médio dígito único”.

As vendas dos produtos Ralph Lauren cresceram mais na Ásia, com alta de 21%, enquanto os europeus gastaram o suficiente para ficar em segundo lugar, com um aumento de 16%. A receita na América do Norte subiu 8%. Por país, o maior crescimento de vendas foi na China, com um aumento superior a 30%. Já a receita de vendas online no varejo cresceu mais na China, seguida pelos EUA e Europa.

Alta nas ações

Os acionistas foram recompensados. As ações subiram 77% no último ano e 329% nos últimos cinco anos. No entanto, nos últimos seis meses, o preço subiu apenas 4,6%.

Ao contrário de alguns outros varejistas, a Ralph Lauren está avançando com seus planos de expansão. A maioria das 24 novas lojas abertas pela empresa durante o trimestre foi na China. A Ralph Lauren inaugurou lojas nas principais cidades, incluindo a Alberni Street em Vancouver, representando sua segunda loja no Canadá; sua mais recente loja-conceito Candy Store em Marbella, na Espanha; e sua primeiro loja-conceito de luxo na Coreia, no Shinsegae Centum City.

Empresas de varejo, especialmente as americanas, enfrentaram uma série de questões geopolíticas e econômicas este ano. Isso inclui tarifas impostas pelos EUA, desaceleração no crescimento do emprego, inflação e baixa confiança do consumidor.

Mas a Ralph Lauren conseguiu manter seu ritmo de vendas e não prevê queda no curto prazo. “Neste ponto, não observamos nenhuma desaceleração macroeconômica significativa refletindo em nossos negócios”, disse o CFO Justin Piccici à Barron’s.

A empresa também manteve sua estratégia de aumentar os preços nos últimos anos e não promover descontos, para preservar a aura de marca que oferece um estilo de vida luxuoso.

O timing da Ralph Lauren parece ter sido oportuno. Isso porque os consumidores agora preferem o conceito de “luxo discreto”, ou seja, comprar peças de qualidade que não fazem parte de uma tendência de moda mais abrangente e que podem ser usadas mais vezes por um longo período.

Como a empresa atrai consumidores com maior disponibilidade de renda, os clientes têm aceitado os aumentos de preços em itens não essenciais. Repassar o custo das tarifas aos clientes pode ser uma possibilidade para a Ralph Lauren. Mas as empresas sabem que alguns aumentos de preços não serão bem recebidos pelos consumidores, mesmo os mais fiéis.

“O cliente deixou claro que vai nos acompanhar nessa jornada, mas temos opções”, disse Piccici à Barron’s.

Comentários

Deixar um comentário