A Coca-Cola (NYSE: KO) pode estar vencendo o teste de sabor das ações contra Pepsi (NASDAQ: PEP)

Você pode imaginar que as ações da Coca-Cola (NYSE: KO) e da PepsiCo (NASDAQ: PEP) se movem em conjunto. Afinal, ambas se destacaram ao longo dos anos vendendo refrigerantes.
Mas não é bem assim. As ações da Coca-Cola superaram as da Pepsi no último ano, subiram 14% enquanto as da Pepsi caíram 26%. No passado, houve períodos em que a Pepsi teve um desempenho superior ao da Coca-Cola.
Na realidade, a variedade dos produtos das duas empresas é bem diferente. A Coca-Cola vende apenas bebidas, incluindo aí o refrigerante que leva seu nome, Sprite e o uísque Jack Daniel’s. Enquanto isso, cerca de 60% da receita da Pepsi vem de salgadinhos, como Frito-Lay, Doritos e Cheetos.
Mas os consumidores mais preocupados com a saúde estão evitando cada vez mais esses alimentos, geralmente considerados não saudáveis. A receita orgânica da Pepsi com alimentos na América do Norte caiu 2% no primeiro trimestre em relação ao ano anterior. Mesmo na área de bebidas, as vendas orgânicas da Pepsi na América do Norte cresceram apenas 1%, comparadas a 3% para a Coca-Cola.
A receita orgânica total da Coca-Cola aumentou 6% no primeiro trimestre, enquanto a da Pepsi subiu apenas 1%. A Coca-Cola tem colhido os frutos de sua estratégia focando receitas sem açúcar, inovações de sabores e embalagens, segundo o analista da Morningstar Dan Su.
A equação internacional
A Coca-Cola também se beneficia de sua maior dependência de vendas internacionais em comparação com a Pepsi. As vendas no exterior representam cerca de 65% da receita da Coca-Cola, contra 40% da Pepsi. Isso é significativo porque as empresas estão registrando seus maiores crescimentos fora dos Estados Unidos.
Por exemplo, a receita orgânica da Coca-Cola disparou 13% na América Latina durante o primeiro trimestre. A receita orgânica da Pepsi na Europa, Oriente Médio e África (EMEA) subiu 8% no mesmo período.
A Coca-Cola e a Pepsi têm muito espaço para crescer em mercados emergentes. O consumo anual per capita dos produtos da Coca-Cola é de US$ 144 na região Ásia-Pacífico e US$ 190 na América Latina. Em comparação, esse número é de US$ 1.100 na América do Norte, observa Su.
A Coca-Cola não espera que as tarifas a prejudiquem significativamente. No mês passado, a empresa reiterou sua previsão de crescimento orgânico de vendas entre 5% e 6% este ano. Já a previsão da Pepsi é de um aumento modesto, em um percentual de um dígito baixo. Segundo Su, a recuperação da marca Frito-Lay da Pepsi ainda está distante.
No entanto, ele vê um futuro promissor para a divisão de alimentos da Pepsi no longo prazo. “As ações permanecem subvalorizadas porque o mercado está precificando suposições pessimistas sobre os alimentos nos Estados Unidos para o longo prazo”, afirma.
Ainda assim, a Coca-Cola parece ser ” the real thing ” (a verdadeira) agora, como dizia o famoso comercial da marca (no Brasil a propaganda dizia “Isso é que é, Coca-Cola!”).
Nota: O autor possui ações tanto da Coca-Cola quanto da Pepsi.