Pepsi (NASDAQ: PEP) enfrenta o desafio de alcançar seus concorrentes

Os últimos 12 meses têm sido difíceis para a PepsiCo (NASDAQ: PEP) devido às vendas fracas de seus produtos alimentícios e bebidas.
A sua ação tem ficado atrás de suas duas principais concorrentes, Coca-Cola (NYSE: KO) e Keurig Dr Pepper (NASDAQ: KDP). As ações da Pepsi caíram 15% no último ano, comparado a um ganho de 25% para a Coca-Cola e 17% para a Keurig.
Você provavelmente conhece a estrutura da Pepsi. A divisão de alimentos, que inclui Doritos, Cheetos e Lay’s, representou 58% da receita no ano passado. Já a divisão de bebidas, que inclui Pepsi, Mountain Dew e Gatorade, compõe o restante.
A receita total da Pepsi aumentou apenas 0,4% no ano passado e caiu 0,2% no quarto trimestre. No entanto, há um lado positivo: a unidade internacional da Pepsi, que representa 40% das vendas totais, teve um crescimento orgânico de 6% no ano passado. Ainda assim, a empresa prevê apenas um aumento de um dígito baixo na receita orgânica para 2025.
Os desafios da inflação, os alimentos saudáveis
A Pepsi, assim como outras fabricantes de alimentos, tem sofrido com a inflação, que a forçou a aumentar preços e afastou consumidores preocupados com orçamento. Além disso, a empresa tem sofrido com a tendência dos consumidores em buscar alimentos mais saudáveis. Como resposta, a Pepsi pretende aumentar suas ofertas de lanches e bebidas saudáveis para atrair compradores.
Para isso, a empresa comprou a Siete Foods, uma marca de alimentos mexicano-americanos de alimentos saudáveis, por US$ 1,2 bilhão em janeiro. No ano passado, também adquiriu a Sabra Dipping Co., uma fabricante de alimentos na linha Oriente Médio, como homus.
“Estamos vendo mais conversas nas redes sociais sobre saúde e bem-estar, e obviamente isso está impactando o consumo de alimentos e bebidas”, disse o CEO da Pepsi, Ramon Laguarta, na última conferência de resultados da empresa. “Estamos muito bem posicionados com nosso amplo portfólio para atender a todas essas novas realidades.”
No mês passado, a empresa concordou em adquirir a marca de refrigerantes prebióticos Poppi por US$ 1,95 bilhão. As bebidas Poppi são comercializadas como benéficas para a saúde digestiva. Além disso, a Pepsi lançou diversas campanhas de marketing que espera impulsionar as vendas de bebidas.
Eficiência, potencial de recuperação
A empresa também planeja unificar suas operações de alimentos e bebidas para aumentar a eficiência. Isso inclui eliminar a prática de enviar alimentos e bebidas em caminhões separados para as mesmas lojas. Além disso, começou a oferecer embalagens menores para tornar seus produtos mais acessíveis.
A grande questão é se a Pepsi conseguirá uma recuperação. O analista do Morningstar, Dan Su, acredita que sim, embora não espere um desempenho excepcional. Ele prevê que a Pepsi gerará um crescimento anual de 4% nas vendas e uma margem operacional média de 16% durante a próxima década.
Especialistas acreditam que a Pepsi poderá ser mais resiliente em tempos econômicos difíceis do que outras empresas. “A demanda por lanches e bebidas tende a permanecer forte ao longo dos ciclos econômicos”, diz Su. “Uma grande cadeia de suprimentos integrada dá à Pepsi mais controle sobre sua execução, ajudando a proteger suas operações contra choques externos.”
Porém, é importante lembrar que não há garantia de sucesso.
Nota: O autor possui ações da Pepsi.