O Hyatt Hotels (NYSE: H) continua transformando sua forma de fazer negócios, à medida que a empresa entra em sua sétima década.
Sua estratégia atual espelha a de concorrentes maiores que transferiram parte dos riscos e responsabilidades financeiras para seus franqueados. O Hyatt também se desfez de algumas de suas propriedades, enquanto incorporava nomes de peso, como o Venetian Resort em Las Vegas, com 7.000 quartos, por meio de um acordo de licenciamento.
Em junho, o Hyatt vendeu seu grupo de 15 resorts all-inclusive distribuídos em vários locais do México, República Dominicana e Jamaica, por US$ 2 bilhões.
O Hyatt continua sua conversão que muitas operadoras de hotéis como Hilton Worldwide (NYSE: HLT) e Marriott International (NASDAQ: MAR) já adotaram há anos, ao adotar o modelo de franquia.
Mas ao contrário de outras companhias hoteleiras, o desempenho das ações do Hyatt não tem sido bom, subindo apenas 3% no último ano. Enquanto isso as ações de seus concorrentes subiram, as do Marriott 22,6% e as do Hilton aumentaram 30%. Nos últimos cinco anos, as ações do Hyatt subiram 170%, ficando atrás das ações do Hilton com 213% e do Marriott com 176%.
Portfólio resumido
Enquanto o portfólio do Hyatt inclui mais de 1.450 hotéis e propriedades all-inclusive, o Marriott possui 9.500 propriedades.
Em 2017, o Hyatt começou a transferir os custos para os franqueados, deixando o ônus de atualizar e substituir a infraestrutura para os proprietários dos hotéis. Enquanto os proprietários têm o prestígio de usar o nome da marca, também têm a obrigação de entregar uma porcentagem de sua receita.
O Hyatt eventualmente possuirá menos hotéis, pois os proprietários assumirão a responsabilidade de redecorar e implementar melhorias tecnológicas, estações de recarga para veículos elétricos e outras comodidades desejadas pelos hóspedes.
O setor turístico se recuperou rapidamente após a pandemia, devido à demanda reprimida dos consumidores.
Clientes do Hyatt estão satisfeitos
O Hyatt tem uma legião de fãs. Seu programa de fidelidade continua crescendo, com mais de 2 milhões de pessoas se juntando no primeiro trimestre, um aumento de 22% em relação ao ano anterior, atingindo um total de 56 milhões de membros.
A empresa informou que seu pipeline de “contratos executados de gestão ou franquia” era de aproximadamente 138.000 quartos, enquanto o EBITDA (Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) ajustado do segmento de propriedades próprias e arrendadas aumentou 18% após ajuste dos ativos vendidos em 2024, no primeiro trimestre.
A empresa agora conta com suas propriedades para gerar a maior parte de seus lucros. Até 2027, mais de 90% de seus lucros virão dessas propriedades, número que disparou em relação aos 37% quando a empresa abriu capital em 2009.
“Dito isso, permanecemos confiantes na resiliência do nosso modelo de negócios com poucos ativos, na força do nosso portfólio de marcas e em nossa capacidade de adaptação às condições desse mercado em constante evolução”, disse o CEO Mark Hoplamazian em maio.
O Hyatt contratou Marc Jacheet para atuar como presidente do grupo para Europa, África e Oriente Médio (EAME), a fim de expandir sua presença na região.
Desde 2017, o Hyatt dobrou o número de quartos de luxo, triplicou seus quartos em resorts e quintuplicou os quartos lifestyle em todo o mundo.
A vantagem de um tamanho reduzido
Embora o Hyatt seja muito menor do que outros grupos hoteleiros, ele tem a oportunidade de um crescimento adicional, disse Mike Smith, chefe da equipe de Growth Equity da Allspring, segundo um artigo da Barron’s.
“Todos os grandes hotéis que construíram esses negócios com poucos ativos com características de alta qualidade” têm potencial para movimentos maiores nos preços das ações, disse Smith.
“O que diferencia o Hyatt é que ele tem um pouco mais de espaço para melhorias,” ele disse. “Ainda não está totalmente otimizado, mas conhece o traçado e está no caminho certo e apesar de estar sendo negociado com desconto atualmente, essa vantagem desaparecerá se conseguir alcançar seu resultado.”
A forte demanda do consumidor por viagens pode ajudar o Hyatt. “Dado o tamanho absoluto da empresa, a oportunidade de crescimento é imensa,” escreveu o analista Conor Cunningham, da Melius Research.
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