A Fórmula 1 está vencendo sua corrida

Dan Weil Analista de Notícias do Mercado

Nos anos 70, o tênis era o esporte que empolgava os ricos e aqueles que queriam ser ricos. As pessoas estavam imersas no estilo de vida dos clubes de campo. Nos anos 90 e 2000, foi o golfe, com Tiger Woods impulsionando o interesse pelo esporte.

Agora, a Fórmula 1 (NASDAQ: FWONK) é a nova grande sensação nos Estados Unidos. O circuito de corridas, centrado na Europa, começou há 75 anos no Reino Unido e agora se espalhou por Austin, Texas (2012); Miami (2022); e Las Vegas (2023).

O esporte provou ser extremamente popular nos EUA, com as três corridas atraindo um total de mais de 1 milhão de espectadores no ano passado, segundo estimativas da F1 Destinations. Pacotes sofisticados para assistir aos eventos incluem quartos de hotel de luxo, áreas de visão privilegiada, comida gourmet e experiências como passeios pelos boxes. Isso pode custar mais de US$ 50.000 por três dias.

O reality show da Netflix “Formula 1: Drive to Survive”, que começou há seis anos, ajudou a despertar o interesse dos americanos pelo esporte. A série acompanha pilotos, donos de equipes e outros personagens do mundo da F1. Mais de 700 milhões de pessoas ao redor do mundo assistiram, segundo a F1.

Filmes e motocicletas

O filme “F1”, lançado em junho, também pode atrair mais atenção para as corridas de Fórmula 1. É estrelado por Brad Pitt, que interpreta um piloto que retorna após uma ausência de 30 anos para salvar a equipe de um ex-colega da falência. O filme atraiu milhões de espectadores e arrecadou US$ 144 milhões em seu fim de semana de estreia.

A compra da MotoGP, circuito de corridas de motocicleta, por US$ 4,2 bilhões em julho pode ajudar a F1 a diversificar sua receita. “A saúde financeira da liga (de motocicletas) está melhor do que a da F1 quando foi adquirida em 2017”, escreveu o analista da Susquehanna Eric Mondelblatt em um relatório citado pela Barron’s.

A Liberty Media, fundada pelo lendário executivo da indústria de mídia John Malone, foi a compradora na época. É um conglomerado que também possui 30% da Live Nation Entertainment, a maior empresa de entretenimento ao vivo do mundo.

A popularidade da F1 é confirmada pelos números de receita da Fórmula 1. A receita aumentou 14% na primeira metade de 2025 em relação ao mesmo período do ano anterior, chegando a US$ 1,63 bilhão. O lucro operacional disparou 20%, totalizando US$ 265 milhões.

Contrato de TV nos EUA

Nos Estados Unidos, as corridas da F1 são transmitidas pela ESPN desde 2018. A audiência ao vivo mais que dobrou desde então, chegando a 1,1 milhão em 2024, segundo a Nielsen. A ESPN está pagando cerca de US$ 90 milhões à F1 este ano por um contrato que expira no final da temporada.

A F1 está buscando um valor entre US$ 150 milhões e US$ 180 milhões por ano para seu próximo contrato, segundo fontes ouvidas pelo The Wall Street Journal. Mas as emissoras hesitaram diante desse valor, sentindo-se sobrecarregadas após comprometerem grandes quantias com os direitos de outros esportes, como o basquete da NBA. A Apple está atualmente liderando a disputa pelos direitos de transmissão da F1, com uma oferta entre US$ 120 e US$ 150 milhões por ano, segundo o The New York Times.

As ações da F1 são negociadas como ações rastreadoras (ações que rastreiam o desempenho de uma divisão específica da empresa), emitidas pela Liberty Media e representando apenas a parte da F1 em seus ativos. As ações tiveram retorno de 8,5% no acumulado do ano, abaixo dos 13,4% do S&P 500. Mas a F1 superou o S&P 500 no último ano, 29,5% contra 18,8%.

Ninguém sabe por quanto tempo a F1 manterá sua popularidade. Mas, por enquanto, está acelerando na pista.

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