A Berkshire Hathaway (NYSE: BRK), um conglomerado comandado pelo lendário investidor Warren Buffett, agora possui uma participação significativa na Alphabet (NASDAQ: GOOGL).
Buffett ou Greg Abel, vice-presidente da Berkshire para operações não relacionadas a seguros, que sucederá o “Oráculo de Omaha” (apelido de Buffett) como CEO, provavelmente fizeram o novo investimento na gigante de tecnologia.
O conglomerado divulgou uma participação de US$ 4,3 bilhões, composta por quase 18 milhões de ações da Alphabet, empresa controladora do mecanismo de busca Google, no final do terceiro trimestre. A única outra empresa de tecnologia na qual a Berkshire fez um investimento relevante é a Apple (NASDAQ: AAPL), que o investidor bilionário vê mais como uma empresa de bens de consumo, já que produz smartphones, laptops e computadores.
Em 2019, a Berkshire também fez um investimento menor na Amazon (NASDAQ: AMZN) e atualmente possui o equivalente a US$ 2,2 bilhões em ações da empresa. As ações da Amazon foram provavelmente adquiridas pelos gestores de investimentos da Berkshire, Ted Weschler ou Todd Combs, que preferem empresas de tecnologia para compor o portfólio da Berkshire. Combs ou Weschler também podem ter incentivado o investimento na Alphabet.
Buffett normalmente investe em empresas que geram valor e fluxo de caixa livre, mantendo os investimentos por longos períodos e evitando empresas de tecnologia de alto crescimento, cujas ações são às vezes mais voláteis e arriscadas.
Investimentos da Berkshire na área de tecnologia
Até o final de setembro, a Alphabet era o décimo maior investimento em ações da Berkshire, segundo um documento da SEC. As ações da empresa de tecnologia subiram 49,5% no acumulado do ano, à medida que o negócio de computação em nuvem se beneficiou do forte impulso da inteligência artificial sendo utilizada por diversos setores.
Buffett já declarou anteriormente que deveria ter investido na Google em seus primeiros anos, pois sabia que suas margens de lucro com publicidade eram altas. A Geico, uma empresa de seguros de automóveis e residências pertencente à Berkshire, tornou-se cliente da popular empresa de buscas. Sempre que um cliente em potencial clicava em um anúncio do Google, a Geico pagava US$ 10 à gigante da tecnologia.
“Eu vi o produto funcionar e sabia o tipo de margem [que eles tinham]”, disse Buffett em 2018. “Eu não sabia o suficiente sobre tecnologia para saber se essa realmente seria a empresa que venceria a competitiva corrida.”
O sucessor de Buffett
Abel foi escolhido em 2021 por Buffett, que agora tem 95 anos, para sucedê-lo quando se aposentar no início do próximo ano. Em maio, o conselho da Berkshire votou para que Abel iniciasse seu mandato como CEO do renomado e respeitado conglomerado. Buffett continuará como presidente da empresa.
Por mais de duas décadas, Abel trabalhou na empresa, atuando como CEO da Berkshire Hathaway Energy.
“Eu deixaria a alocação de capital para o Greg, e ele entende extremamente bem os negócios”, disse Buffett aos acionistas na reunião anual da Berkshire em maio de 2024. “Se você entende de negócios, entenderá de ações comuns.”
Abel será responsável pelo negócio de investimentos trilionário da Berkshire. A principal participação é a Apple, avaliada em US$ 60,7 bilhões, apesar de Buffett ter reduzido a posição em 15%. O segundo maior investimento é a American Express (NYSE: AXP), no valor de US$ 50,4 bilhões, seguido pelo Bank of America (NYSE: BAC), avaliado em US$ 29,3 bilhões, mesmo com Buffett reduzindo a participação em 6%.
A participação da Berkshire na Apple foi reduzida várias vezes, uma movimentação que surpreendeu os investidores, com a venda de dois terços das ações detidas pelo conglomerado em 2024 e nova redução durante o segundo trimestre de 2025.
Os investidores têm buscado pistas se Abel mudará a estratégia tradicional de investimentos da Berkshire após assumir o comando no próximo ano. Nem Buffett nem Abel deram qualquer indicação, mas os acionistas provavelmente se beneficiarão das decisões de investimento de ambos.
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