Seguros são cruciais para a Berkshire (NYSE: BRK), e uma nova liderança está a caminho

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Como você provavelmente sabe, o setor de seguros desempenha um papel fundamental para a Berkshire Hathaway (NYSE: BRK), gerando uma parte significativa do lucro da empresa liderada por Warren Buffett.

Além disso, a Berkshire utiliza os prêmios que recebe pelos seguros para financiar a compra de ações ou aquisições de empresas. Assim, a divisão de seguros da empresa sustenta sua divisão de investimentos.

As seguradoras da Berkshire recebem os pagamentos dos prêmios agora, mas só precisam pagar as apólices depois. Esses prêmios são chamados de “float”. “Um negócio de seguros tem valor se seu custo de float ao longo do tempo for menor do que o custo que a empresa teria para obter fundos de outra forma”, disse Buffett.

O lucro operacional da empresa na área de seguros – incluindo subscrição e investimento – totalizou US$ 22,7 bilhões no ano passado, representando 48% do lucro operacional total da Berkshire.

A Berkshire oferece diversos tipos de seguros e resseguros. A seguradora de automóveis Geico se destaca, com seu lucro antes dos impostos dobrando para US$ 7,8 bilhões em 2024. A Geico, que Buffett começou a comprar em 1976, é um dos investimentos mais lucrativos da Berkshire.

Outras seguradoras do grupo incluem a Berkshire Hathaway Specialty Insurance, a seguradora comercial National Indemnity Co. e a General Re, uma das principais resseguradoras.

Buffett: Seguros são ‘o negócio mais importante’

“O seguro é o negócio mais importante da Berkshire”, afirmou Buffett. “É o motor que impulsiona nossa expansão desde 1967.”

O segredo, claro, está em definir os preços das apólices de modo que os prêmios recebidos sejam maiores do que os desembolsos futuros. Além disso, é essencial evitar pagamentos excessivos e investir os prêmios de forma rentável.

A liderança do setor de seguros da Berkshire está nas mãos de Ajit Jain, que comandou a divisão por quase 40 anos. Buffett está satisfeito com seu desempenho. “Sob a liderança de Ajit, nossa operação de seguros cresceu de uma empresa obscura sediada em Omaha para uma líder mundial, reconhecida tanto por sua disposição para o risco quanto por sua força financeira sólida como um rochedo,” declarou Buffett.

Jain é famoso por suas habilidades em subscrição de seguros. Entre suas apólices criativas, citadas pelo The Wall Street Journal, estão um seguro contra ataques terroristas para o edifício mais alto de Chicago (Willis Tower), uma apólice que cobria a possibilidade de a Pepsi (NASDAQ: PEP) conceder um prêmio de US$ 1 bilhão em um sorteio, e um seguro para times de beisebol contra lesões das suas estrelas.

Deixem Buffett se afogar

Buffett chegou a brincar: “Se Ajit e eu estivermos em um barco afundando e você só puder salvar um de nós, nade até Ajit.”

Agora, a grande questão é quem sucederá Jain, que tem 73 anos. Em 2024, ele disse ter apresentado à diretoria da Berkshire algumas sugestões de sucessores. Os nomes não foram divulgados, mas especialistas em seguros apontaram quatro possíveis candidatos ao The Wall Street Journal:

  • Joe Brandon, CEO da Alleghany, um conglomerado adquirido pela Berkshire em 2022
  • Todd Combs, CEO da Geico e gestor de investimentos na Berkshire
  • Peter Eastwood, CEO da Berkshire Hathaway Specialty Insurance
  • Kara Raiguel, CEO da General Re

Jain já enfrentou grandes mudanças no setor, como a entrada de empresas de capital privado no mercado de seguros de vida e anuidades, e seu sucessor certamente enfrentará desafios também.

Como esse novo líder lidará com as transformações da indústria pode influenciar muito no desempenho da Berkshire nos próximos anos.