Quando você observa os melhores desempenhos entre as ações do S&P 500 nos últimos 10 anos, os dois primeiros nomes provavelmente não vão te surpreender.
São os gigantes dos semicondutores, a Nvidia (NASDAQ: NVDA) e a Advanced Micro Devices (NASDAQ: AMD). Eles tiveram retornos anualizados totais durante esses 10 anos de 77% e 57%, respectivamente.
Mas a terceira ação não é um nome conhecido, a Axon Enterprise (NASDAQ: AXON) fornece sistemas operacionais de segurança pública, incluindo hardware e software. A empresa é mais conhecida por sua arma de choque elétrico, o Taser, e suas câmeras corporais. A ação teve um retorno anualizado de 10 anos de 42% e dobrou de valor nos últimos 12 meses.
Você provavelmente não ficará surpreso ao saber que a Axon tem lucros sólidos. A receita subiu 33% no segundo trimestre em relação ao ano anterior, para US$ 669 milhões. O lucro caiu para US$ 36,1 milhões, ante US$ 41,5 milhões. Mas o último trimestre incluiu uma despesa de compensação baseada em ações de US$ 139 milhões, acima dos US$ 75 milhões do ano anterior.
A Axon possui um segmento de Software e Serviços, que inclui um sistema de software baseado em nuvem que permite às forças de segurança capturar, armazenar e gerenciar vídeos e outras evidências digitais. Também possui uma divisão de Dispositivos Conectados, que inclui os Tasers e as câmeras corporais. A empresa fornece equipamentos de drones e anti-drones, estimando o mercado endereçável total para esse setor em US$ 20 bilhões.
Fatores de apoio
Várias tendências macroeconômicas ajudaram a impulsionar o sucesso da Axon. Primeiro, governos ao redor do mundo estão alocando mais gastos para segurança pública em meio à preocupação com crimes, agitação civil e segurança pública. A Axon é especialmente atraente para agências de segurança que buscam soluções não letais. Os gastos do governo dos EUA com segurança pública totalizaram US$ 504,9 bilhões em 2023, um aumento de 17% em relação a três anos antes.
As necessidades governamentais criadas pelo aumento da fiscalização da imigração também estão ajudando a Axon. O governo dos EUA provavelmente começará a pedir mais informações sobre produtos de fiscalização de imigração em breve, disse o presidente da Axon, Joshua Isner, na teleconferência de resultados da empresa este mês. “Para nós, isso estará bastante centrado na tecnologia de drones e talvez em alguns Tasers.”
As oportunidades no exterior também são muitas. “Há uma enorme necessidade”, disse o CEO da Axon, Patrick Smith, na teleconferência. Na Europa, isso decorre do acolhimento de muitos imigrantes “percebendo agora que não estavam preparados para integrar todas essas pessoas”, disse ele. “Eles estão percebendo os problemas sociais crescentes.”
As crescentes necessidades de segurança no setor privado também estão impulsionando a Axon. Executivos corporativos estão em risco (lembre-se do assassinato de um executivo da United Healthcare em uma rua de Nova York). Também há questões de segurança no local de trabalho, que às vezes podem ser tratadas com câmeras. E há proteção de ativos, como em dutos de energia, por exemplo.
Segurança privada
O mercado global de segurança privada foi avaliado em US$ 235 bilhões em 2023 e há projeções de que deve atingir US$ 385 bilhões até 2032, segundo a Fortune Business Insights.
Todas essas tendências provavelmente não mudarão tão cedo, o que deve significar uma forte e contínua demanda pelos produtos da Axon. Apenas 14% das agências de segurança dos EUA pesquisadas pela Axon estão com suas equipes totalmente completas, o que pode sinalizar um aumento no número de usuários potenciais dos produtos da Axon.
A empresa recentemente aumentou sua estimativa de receita para o ano fiscal de 2025 para uma faixa de US$ 2,65 bilhões a US$ 2,73 bilhões, ante US$ 2,6 bilhões a US$ 2,7 bilhões anteriormente. A receita totalizou US$ 2,1 bilhões em 2024.
É óbvio que a Axon está buscando utilizar inteligência artificial em áreas como geração automatizada de relatórios e análises baseadas em drones.
“Os motores de crescimento diversificados da Axon, incluindo expansão internacional e adoção de produtos com IA,” fazem dela uma vencedora, escreveu o analista da JPMorgan, Paul Chung, no mês passado.
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