Cisão da Aptiv pode sinalizar bons tempos pela frente

Ellen Chang Analista de Notícias do Mercado

A iminente separação da Aptiv (NYSE: APTV) parece ser uma estratégia vencedora.

A empresa produz sistemas de distribuição de energia e dados para automóveis, além de soluções em software e segurança. Dividir os dois negócios em entidades separadas pode melhorar a percepção dos investidores e impulsionar as ações.

Investidores frequentemente atribuem menos valor a empresas automotivas do que àquelas com receita e lucros em rápido crescimento. A cisão está prevista para ocorrer até o primeiro trimestre de 2026.

A Aptiv será dividida em uma empresa que fornece sistemas de distribuição elétrica (EDS) para automóveis e outra que venderá softwares e soluções de segurança para a indústria automotiva. Esta última manterá o nome Aptiv.

A área de EDS gerou vendas de US$ 8,3 bilhões em 2024, com margem de lucro de 9,5% sobre o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda). A unidade de segurança e software registrou receita de US$ 12,2 bilhões e margem Ebitda de 18,8%. Essa unidade também pode atrair clientes que não atuam na fabricação de automóveis.

A receita total da Aptiv foi de US$ 19,7 bilhões em 2024, uma queda de 2% em relação a 2023. A margem de lucro líquido foi de 9,1%, abaixo dos 14,5% anteriores.

A avaliação dos analistas e os dados das ações

Analistas de Wall Street recentemente aumentaram suas estimativas de lucro para a Aptiv em 2025 e 2026. Segundo a FactSet, os analistas preveem que a empresa lucrará US$ 7,48 por ação este ano, acima dos US$ 2,61 em 2021. A empresa possui uma capitalização de mercado de US$ 17 bilhões.

As ações perderam 9% nos últimos cinco anos. Mas subiram 12% no último ano, à medida que o breve romance dos EUA com os veículos elétricos começou a esfriar. Motoristas estão cansados da ansiedade em relação à autonomia, dos custos e estão preferindo os carros híbridos com baterias autocarregáveis. Além disso, estão mantendo seus veículos por mais tempo para evitar os altos custos de financiamento de um automóvel.

Você pode lembrar da predecessora da Aptiv, a Delphi Automotive, que se separou da General Motors em 1999. Em 2005, a Delphi entrou com pedido de falência, e em 2017 criou a Aptiv. Em 2022, a Aptiv adquiriu a Wind Ricer, uma empresa de software de comunicação.

A cisão da Delphi teve como objetivo ajudar a Aptiv a se tornar um “fornecedor automotivo melhor”, escreveu o analista da Baird, Luke Junk. O movimento atual “está mais voltado para direcionar a empresa no sentido das oportunidades de maior retorno geral”.

Se isso funcionar, os acionistas devem ficar satisfeitos.

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